Uma organização criminosa acusada de falsificar
e forjar escrituras de terras para obtenção fraudulenta de financiamentos
bancários e ainda com envolvimento em homicídios é alvo da operação “Liga da
Justiça”, deflagrada na manhã desta segunda-feira (02.12), pela Gerência de
Combate ao Crime Organizado (GCCO), da Polícia Judiciária Civil de Mato Grosso.
Sete pessoas já estão presas.
Dezenove ordens judiciais, sendo oito mandados
de prisão temporária (5 dias) e onze buscas e apreensão são cumpridos nas
cidades de Barra do Garças, Porto Alegre do Norte (Distrito de Nova Floresta) e
Confresa, contra membros da quadrilha envolvidas em crimes de falsificação de
documentos particular e público, falsidade ideológica, fraude processual,
esbulho possessório e homicídios.
Em Barra do Garças, equipes comandada pelo
delegado titular do GCCO, Flávio Henrique Stringueta, com apoio de delegados e
investigadores local, cumprem quatro prisão e sete busca e apreensão na
cidade.Nos municípios de Porto Alegre do Norte e Confresa são cumpridos mais
oito mandados, sendo quatro prisões temporárias e quatro buscas. Na localidade,
os policiais estão sob o comando do delegado Ronan Gomes Villar.
De acordo com as investigações comandadas pela
delegada do GCCO, Cleibe Aparecida de Paula, a quadrilha também tem ligação com
crimes de homicídios qualificados e esbulho possessório de áreas rurais- ato
pelo qual uma pessoa perde a posse de um bem forma forçadamente, sem qualquer
direito sobre a coisa que legitime o seu ato. É crime de usurpação.
A organização é conhecida nas regiões como
“Liga da Justiça” por contar com influência no apoio e execução das atividades
ilícitas de servidores do Executivo e do Judiciário.
As investigações iniciaram com o duplo
homicídio que vitimou Manoel Divino Pereira da Silva e Janio Correa de Araujo,
no dia 21 de setembro de 2011. As vítimas passavam de motocicleta pela estrada
de acesso a Fazenda “Mata Azul”, no município de Confresa, quando foram
alvejadas por armas de fogo.
O inquérito policial, inicialmente instaurado
em Confresa, foi transferido ao GCCO para continuidades das investigações, após
a Polícia identificar que o motivo das mortes seria a posse da terra e obtenção
de recursos financeiros fraudulentos pela organização criminosa.
A mesma fazenda, em 14 de maio de 2010, teve
ajuizada ação de interdito proibitório (visa repelir algum tipo de ameaça à
posse de determinado possuidor) por parte da empresa Transcarmo Agropecuária em
desfavor de dois alvos da operação.
Em novembro de 2010, membros dessa mesma
quadrilha foram alvos da operação “Lacraia”, da Polícia Federal, que prendeu 32
pessoas acusadas de integrar a uma quadrilha especializada em fraudes
cartorárias e grilagens de terras da União, crimes contra o sistema financeiro e
corrupção de servidores públicos.
Foram empregados na operação 57 policiais,
entre delegados, escrivães e investigadores.
Fonte: Barra do Garças News