Goiano formado na Europa volta ao Brasil com irmão e esposa espanhola.
Grupo de 16 profissionais passam por semana de acolhida em Goiânia.
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| Família com formação no exterior passa por semana de acolhida (Foto: Gabriela Lima/G1) |
A família de Ueslei Randerson Rodrigues está prestes a concretizar um objetivo: exercer a medicina no Brasil. Ele, o irmão e uma cunhada, que é espanhola, se formaram na Espanha e trabalhavam em Portugal. Selecionados pelo programa ‘Mais Médicos’, os três devem atuar em Trindade, na Região Metropolitana de Goiânia, juntamente com três amigos.
Após cerca de 10 anos trabalhando no país ibérico, os seis deixaram Portugal no fim do mês passado. Depois de aprovados em avaliações do Ministério da Saúde, eles participam desde segunda-feira (16) de uma semana de acolhida na capital goiana. O curso conta com 16 intercambistas, sendo cinco estrangeiros. Os demais são brasileiros com formação em outros países.
Ueslei e o irmão, Técio Cley Soares Rodrigos, são goianos de Itapuranga, na região central do estado. Eles estudaram medicina na Universidade Complutense de Madrid, na capital espanhola. Na faculdade, Técio conheceu a espanhola Raquel Crespo Núñez, com quem se casou e teve dois filhos. Enquanto o casal se prepara para ir morar em Trindade, as crianças, de 3 e 6 anos, estão com os avós paternos no interior de Goiás.
Do grupo que atenderá a população de Trindade, apenas Raquel é estrangeira. Os outros cinco são brasileiros com formação na Espanha que viram no programa a oportunidade de ter o diploma reconhecido no país. "Já estávamos nos preparando para o Revalida quando ficamos sabendo do Mais Médicos", explica Ueslei.
Com seis profissionais, Trindade é o município goiano que mais recebeu intercambistas do projeto do governo federal. A família conta que escolheu o município depois de pesquisar sobre ele na internet. Raquel, que nasceu em Madri e morou uma década em Lisboa, diz que estava cansada de grandes centros e procurava uma cidade pequena para se instalar.
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Médicos que vieram de Portugal se reúnem com secretário da Saúde de Trindade (Foto: Gabriela Lima/G1)
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Apesar de pequena - com população de 113.447 habitantes segundo estimativas de 2013 do IBGE - Trindade fica na Região Metropolitana de Goiânia, o que a princípio não agradou. "Queríamos um lugar mais afastado, mas fizemos uma buscas na internet e vimos que ela não era violenta e parecia boa", relata a médica.
Outro ponto que contou a favor na escolha do município foi a quantidade de vagas ofertadas. "Pensamos em uma cidade que pudéssemos vir juntos. Então, achamos que se havia lá uma grande oferta de vagas é porque o lugar realmente precisa de médicos", diz Técio.
Eles contam que os três amigos, brasileiros com quem estudaram na Espanha e trabalharam em Portugal, pretendiam ir para o Tocantins. No entanto, como não havia vaga na cidade escolhida, decidiram também vir para Goiás.
"Estamos juntos há muito tempo", explica Técio. "Trindade vai receber profissionais de excelência", garante Ueslei.
Na tarde de terça-feira (17), o grupo se encontrou com o secretário de Saúde de Trindade, Paulo César Alves Borges. Eles tiraram dúvidas sobre a área de atuação e moradia. "Vamos fazer o possível para que eles se sintam bem. A população tem expectativas muito grandes com a chegada deles e vamos buscar o mínimo possível de rotatividade", diz Borges. Os médicos estrangeiros têm um contrato temporário de três anos que pode ser prorrogado por mais três.
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| Marcellino Poltronieri (de camisa cinza) em palestra sobre a região (Foto: Reprodução/TV Anhanguera) |
Os médicos, no entanto, só poderão atuar na cidade após o Conselho Regional de Medicina (Cremego) aprovar o pedido de registro profissional provisório. Eles deram entrada no pedido há cerca de uma semana. O conselho tem 15 dias para analisar o processo e dar uma resposta.
Luziânia
O desejo de ficar perto da família também fez com Marcellino Poltronieri deixasse Roma, na Itália, para trabalhar em Goiás. Em entrevista ao G1, ele conta que tem uma esposa brasileira funcionária do Ministério das Relações Exteriores. Por motivos profissionais, ela precisou voltar para Brasília e trouxe o filho de 9 anos. Ao saber do programa Mais Médicos, ele decidiu se inscrever para atender em Luziânia, no Entorno do Distrito Federal.
O italiano diz que deverá conhecer melhor a realidade do município só na próxima semana. "Ainda não sei como é a cidade. Foi tudo muito rápido. O prazo do Ministério da Saúde era curto e fique esse tempo todo correndo para arrumar a documentação", explica.
Profissional com 30 anos de experiência em Roma, ele conta que deixará de atuar como especialista em estomatologia e cirurgia bucomaxilofacial para fazer atendimento básico de saúde: "É uma nova fase".
Fonte: G1 GO
