MEC divulga lista das 270 instituições de ensino superior com desempenho insatisfatório. 16 delas estão em Goiás
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Foto: Divulgação |
O Ministério da Educação (MEC) divulgou, ontem, no Diário Oficial da União, a lista das 270 instituições de ensino superior que sofrerão medidas cautelares, a exemplo da suspensão do direito oferecer mais vagas e de admitir alunos novos via concurso vestibular. O Conceito Preliminar de Cursos (CPC), de 2012, foi o recurso de avaliação utilizado pelo órgão regulador e válido para todas as instituições de ensino no país. Os cursos suspensos foram aqueles que já haviam sido notificados, em 2009, por seu desempenho insatisfatório e não apresentaram nenhum progresso desde então. Nesta situação, encontram-se 15 universidades e faculdades goianas.
A divulgação dos trabalhos do MEC foi feita pelo próprio ministro da pasta, Aloizio Mercadante, durante coletiva à imprensa realizada na sede do ministério na quinta-feira (5). Das 270 instituições sancionados, 157 delas terão seus ingressos, via vestibular, suspensos provisoriamente, em razão da nota insuficiente obtida em 2009 e repetida no ano passado, abaixo de 3 (numa escala de 1 a 5). Contudo, elas apresentaram uma tendência ascendente entre os períodos. As instituições suspensas provisoriamente acolhem anualmente 24.828 novos alunos a cada ano. E as 118 restantes, suspensas por tempo indeterminado, apresentaram nos dois períodos analisados uma tendência descendente no conceito do órgão regulador, além do conceito 1 e 2.
MEC, ENAD, SINAES
Entre os cursos avaliados pelo CPC do MEC, os de Ciências Humanas aplicadas, a exemplo de Administração de Empresas, ciências Contábeis, Ciências Econômicas, Direito, Turismo e Comunicação Social, entre outros, foram os que obtiveram os conceitos mais baixos na avaliação do ministério. Os cursos têm custo de instalação e manutenção comparativamente menos elevado, uma vez que não pressupõem a necessidade de laboratórios e equipamentos, por exemplo, ao contrário dos cursos das áreas exatas e biológicas, que não prescindem deles. A nota final do curso leva em consideração o cruzamento de informações sobre a instituição de ensino superior, e sobre os corpos discente e docente avaliados, respectivamente, pelo MEC, pelo Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade) e pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).
O CPC estabelece seus índices em escala que varia de 1 a 5 e os divulga anualmente, servindo de termômetro da qualidade do ensino superior no País. O desempenho de estudantes, a infraestrutura, as instalações, os recursos didático-pedagógicos e o corpo docente são os itens avaliados. O corpo discente representa 55% da nota, o docente, 30%, e a infraestrutura, 15%. Mestres, doutores e profissionais com dedicação integral respondem por 15% e 7,5% da nota, respectivamente. Para os cursos com avaliação 1 ou 2 (insatisfatória), visitas dos avaliadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP) são indicadas. Cursos com conceito 3 (regular) podem optar pela visita ou não dos avaliadores. Os demais, 4 e 5 (nível de excelência), dispensam visitas e são referência para os demais.
IGC
O MEC avaliou 8.184 cursos de graduação em bacharelado e licenciatura de 1.762 instituições de ensino superior em todo o país, e verificou que 27% deles tiveram conceito classificatório inferior à média (abaixo de 3). O índice geral de cursos (IGC), no ano passado, foi considerado satisfatório (acima de 3) para 1.461 instituições, enquanto 344 delas apresentaram IGC insatisfatório, ou 17,2% de todo o universo avaliado. O IGC é uma nota obtida a partir da avaliação dos cursos das instituições a cada triênio. Com isso é possível mapear e identificar os cursos que, já notificados por seu desempenho abaixo da média, mantiveram o índice negativo ou apresentaram tendência descendente, justificando assim as medidas cautelares e as sanções. O IGC mais recente identificou que entre as 270 universidades e faculdades brasileiras com índice negativo, 60 delas obtiveram notas abaixo de 3. Elas não poderão abrir novas vagas para os referidos cursos ou abrir editais de concursos vestibulares.
Goiás
Em Goiás, foram 15 as instituições classificadas com desempenho insatisfatório (1 e 2) segundo o MEC.
Eles foram verificados nos cursos de administração de empresas nos campus da Universidade Estadual de Goiás (UEG), em Caldas Novas, Goianésia e Sanclerlândia, de Ciências Contábeis, em Jaraguá, e de tecnologia em logística, em Senador Canedo. Também os cursos de Direito, de Tecnologia em Marketing e de Tecnologia em Processos Gerenciais do Instituto Unificado de Ensino Superior Objetivo, e de tecnologia em processos gerenciais da Faculdade Cambury, ambos na Capital. Os cursos de Direito, Administração de Empresas e Ciências Contábeis da Faculdade Padrão, na Capital, também tiveram avaliação negativa. Os cursos de Ciências Econômicas e de Publicidade e Propaganda da Faculdade Alves Faria e de Administração de Empresas e Turismo, da Faculdade Lions, bem como de Tecnologia em Processos Gerenciais da Faculdade Cambury, em Formosa, figuraram na lista do órgão regulador.
O curso de Tecnologia em Gestão de Recursos, da Faculdade Almeida Rodrigues, em Rio Verde, e de Ciências Contábeis da Faculdade Brasileira de Educação e Cultura (Fabec), em Goiânia, e de Direito, nos Campus de Caiapônia e Rio Verde, da Universidade Rio Verde, bem como os cursos de Direito e de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos da Faculdade Anhanguera, em Anápolis, também obtiveram IGC inferior a 2. (Veja o Box com todos os cursos das instituições goianas avaliadas pelo MEC, bem como suas respectivas notas).
A Redação do Diário da Manhã tentou entrar em contato com algumas das universidades e faculdades listadas pelo MEC, mas até o fechamento desta edição, no final da tarde de ontem, não havia obtido sucesso.